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14 setembro, 2011

Coar o mosquito e engolir o camelo...


Não conheço nenhum discurso mais duro de Jesus do que o apresentado no capítulo 23 do evangelho de Mateus. No meio de seu combate à hipocrisia, uma frase sempre me chamou muito a atenção: “vocês coam o mosquito e engolem o camelo”. O que será que ele quis dizer?

Na verdade, o contexto é muito claro. Jesus dá exemplos práticos e faz metáforas de como os escribas e fariseus (as autoridades religiosas da época) são a antítese do que é esperado de um cidadão do Reino de Deus. Mais ainda, tudo que alguém não deve ser, nem parecer, nem imitar é uma das figuras criticadas por Cristo. Que duras palavras!

“Coar o mosquito” é preocupar-se demasiadamente com coisas pequenas e irrelevantes. Sabe aquele assunto que levou duas pessoas a quase romperem relações após uma discussão na aula de EBD? Pior, tem gente que “sobe nas tamancas” por causa de assuntos insignificantes. Que diferença faz saber se somos corpo e alma ou corpo-alma e espírito? Nenhuma! Ou então, que importa conhecer qual era o “espinho na carne” do apóstolo Paulo? Tem mais: de que adianta discutir livre arbítrio ou predestinação? Jesus deixou bem claro como ganhar a alma e pertencer às fileiras do seu Reino, independente do que os teólogos dizem ou pensam.

Sinceramente, não gasto 3 minutos do meu tempo querendo saber se o milênio é antes ou depois da volta de Jesus, ou se a tribulação precede ou não o juízo final! Será que o Espírito Santo estará ou não presente nos 7 anos da tribulação. Aliás, são 7 anos mesmo? Sei lá! Nem quero saber, pois pra mim, isso é coar o mosquito!

“Engolir o camelo” também não é muito bom. Jesus afirma categoricamente que aquele que for a ele, “de maneira nenhuma ele o lançará fora” (Jo 6:37), mas nós insistimos em afirmar o contrário com teologias elaboradas por outros, que nem nós entendemos direito. Jesus nos disse para “darmos a todos que nos pedirem” (Lc 6:30) e nós dizemos “Não dou esmolas, pois prefiro ajudar instituições sérias”. No final das contas, não fazemos nem um, nem outro. Jesus ordenou: “tire o taco de beisebol do teu olho antes de querer mexer no palito de fósforo no olho do teu irmão” (Mt 7:5, na versão moderna williana), mas nós ainda somos rápidos em condenar e disciplinar os irmãozinhos, principalmente os mais humildes. Ah, é claro, somos extramamente benevolentes e pacientes com nossas falhas ou as dos nossos queridos.

“Coar o mosquito e engolir o camelo” também serve para as situações banais do dia a dia:
  • critica-se o vizinho que embolsou 2 reais a mais no troco da padaria, mas engabela-se a Receita Federal até dizer chega no dia da declaração do Imposto de Renda;
  • critica-se a mãe que dá um tapa na mão do filho na frente da escola, mas agride-se verbalmente a família toda na mesa do jantar todos os dias;
  • critica-se o político que não diz a verdade, mas compra-se CD e DVD pirata a dar com o rodo, achando-se muito esperto.
Enfim, exemplos não faltam nas nossas vidas. Precisamos aprender a dar valor ao que é necessário e deixar de lado o que é irrelevante. Também temos que levar a sério o que é importante, sem fechar os olhos para aquilo que não queremos ver. Que tal enxergar as qualidades do próximo ao invés de colocar a lupa naquilo que ele falhou semana passada?
 
Deus nos ajude nessa difícil missão!
 

Fonte: Bereia Blog
William Mazza é engenheiro, cristão e colaborador do BereiaBlog

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